HIDROTERAPIA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO ACOMETIDO POR ALZHEIMER: REVISÃO DA LITERATURA

Fisioterapia

HIDROTERAPIA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO ACOMETIDO POR ALZHEIMER: REVISÃO DA LITERATURA

BASE CIENTIFICA
Escrito por BASE CIENTIFICA em novembro 12, 2021

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HIDROTERAPIA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO ACOMETIDO POR ALZHEIMER: REVISÃO DA LITERATURA

COMO CITAR:

SANTOS, L. A. dos; COSTA, A.A. da; OLIVEIRA,K.P. de.Hidroterapia na qualidade de vida do idoso acometido por Alzheimer: revisão da literatura. Revista Base Científica – ISSN:2675-7478, v.2, n.1, p.64 – 75. Novembro de 2021. Disponível em: https://revistabase.com.br/2021/11/12/ hidroterapia-na-qualidade-de-vida-do-idoso-acometido-por-alzheimer-revisao-da-literatura

RESUMO

O envelhecimento é uma passagem espontânea que ocorre de forma gradual, quando os seres humanos alcançam a vida adulta. A hidroterapia é estabelecida como uma terapia não farmacológica, com propósito de elevar a participação total da pessoa com demência no seu respectivo plano de tratamento, a princípio apresentando eminentes resultados na pessoa idosa. O objetivo deste estudo é investigar o papel da hidroterapia nos idosos acometidos pelo Alzheimer. O presente estudo foi realizado por meio de revisão da literatura pesquisas feitas a partir de artigos contidos em bancos de dados como Scientific Electronic Library Oline (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (Lilacs). Conclui-se que: hidroterapia desempenha um papel importante no manejo desta doença neurodegenerativa, pois a hidroterapia pode ajudar os idosos acometidos por Alzheimer.

Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Hidroterapia. Envelhecimento. Idoso.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é uma passagem espontânea que ocorre de forma gradual, quando os seres humanos alcançam a vida adulta, não é possível inverter o processo de desgaste das alterações biológicas no qual sobrevêm muitos danos moleculares e celulares. Com o tempo perdem-se progressivamente as funções fisiológicas, trazendo risco de adquirir doenças, modificações morfológicas e psicossociais (FECHINE et al., 2012).

A doença atinge o envelhecimento populacional, fenômeno existente em todo o mundo, afetando milhões de pessoas. No entanto, é extremamente delicado delinear envelhecimento, visto a falta de compatibilidade sociocultural mundial relacionado à palavra, assim, em termos gerais e simplificado, entende-se o envelhecimento como processo que reduz a capacidade de sobrevivência do indivíduo, em consequência de mudanças morfológicas, funcionais e bioquímicas que o submetem com facilidade a quadros patológicos e por conseguinte a morte (PEREIRA et al., 2016).

Entretanto, o envelhecimento cerebral é o sistema mais acometido, lugar em que têm perda do peso cerebral: 1,4 a 1,7% a cada dez anos, após os 15 anos, apresentando lentidão na velocidade da condução nervosa, diminuição progressiva e irreversível dos neurônios, degenerescência vascular amiloide, surgimento de placas senis e abastardamento neurofibrilar, comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica, manifestação de doenças neurodegenerativas (MEDEIROS et al.,2015).

As doenças neurodegenerativas constituem-se em patologias que agridem o sistema nervoso e resulta na degeneração progressiva dos neurônios, o que, em consequência, pode desenvolver demências. (FERREIRA et al., 2016). A demência é uma condição crônica, cujas características se dão por comprometimento cognitivo progressivo, causando incapacidade funcional.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a deterioração das células nervosas, se caracteriza pela demolição de alguns neurônios e que, atualmente, é a forma mais habitual de demências em idosos. A uma existência de estudos feitos pelo neurologista, onde alguns sintomas iniciais relatados foram questões comportamentais, paranoias, falhas na memória recente, determinados problemas ao se comunicar de maneira oral, tendo como exemplo, misturando palavras ou esquecendo pra que serve cada objeto e qual seu objetivo (FALCO et al., 2016).

A sua manifestação é de forma progressiva e insidiosa, inúmeros fatores de riscos podem estar relacionados à evolução da doença, os sintomas avançam e aparecem somente quando há alterações patológicas subsequentes da degeneração do tecido nervoso (BITENCOURT et al., 2018).

Portanto, relacionando as propriedades terapêuticas da água e seus benefícios, a hidroterapia se enquadra nestes requisitos, apresentando vantagens para os idosos, como ganho da amplitude de movimento (ADM), força muscular, redução de dores e espasmos musculares, além de proporcionar melhorias na autoconfiança, promover a socialização e qualidade de vida (ARCA et al, 2013).

O presente estudo fará uma abordagem à Doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência, para a qual existem diversos tipos de tratamento e que de uma forma global podem ser caracterizados em farmacológicos e não farmacológicos. A principal finalidade é manter ou retardar a progressão desta doença.

O objetivo é mostrar que a hidroterapia desempenha um papel importante no manejo desta doença neurodegenerativa. Apresentar programas de exercícios ideais no ambiente aquático para o idoso acometido por Alzheimer, focando na melhora da capacidade funcional, equilíbrio e coordenação motora, proporcionando a autoconfiança e promovendo a qualidade de vida.

A IMPORTÂNCIA DA HIDROTERAPIA EM IDOSOS COM ALZHEIMER

A Doença de Alzheimer é classificada por três etapas que diversificam o grau de diminuição da memória em nível leve há intenso onde o padecente transpassa por um processo de desordem mental com recorrência, sumindo as experiências e tudo aquilo que se conseguiu vivenciar, em certo momento não será nitidamente lembrado pela pessoa, a proceder do grau de evolução da doença. Por isso, para ter a certeza que a pessoa é portadora desta neuropatologia, existe o diagnóstico médico com condições necessárias para apurar e aprofundar informações, considerando a história de vida, familiar, cultural e social (FERNANDES e ANDRADE, 2017).

Fase inicial, emblema os estágios iniciais da patologia, durando de 0 a 4 anos e se caracteriza pela perda da memória recente, dado o esquecimento, falta de capacidade em aprender e guardar novas informações, dificuldade na comunicação (linguagem), mal-entendido ou equívoco, contínua dificuldade em desempenhar atividades de vida diária, como atos de higienização. Nesta parte, os pacientes apresentam, na maioria das vezes, quadro clínico que dificulta o diagnóstico preciso.

Fase intermédia, momento em que ocorre o avanço da doença, durando de 2 a 8 anos, a começar do diagnóstico. Nesta fase, acontecem danos cognitivos adicionais; confusão na linguagem; repetência das palavras; estorvo nas atividades ocupacionais; incapaz de se cuidar; riscos de sofrer acidentes; agitação; falta de entendimento; e comportamentos agressivos. O paciente precisa de acompanhamento frequente, pois, inicia-se, uma condição de dependência em relação às atividades da vida diária.

Na Fase final, a doença encontra-se em seu estágio mais avançado, que dura de 6 a 10 anos. É constatado pela desorientação excessiva; falta de energia física e moral; totalmente dependente; incontinência fecal e urinária; total extravio da memória recente. Além disso, existem possibilidades de ocorrer agressividade e ansiedade. Neste período é comum que haja risco de desnutrição. A evolução gradativa leva o paciente ao coma e a morte.

Para completar o diagnóstico, segundo o estudo da Academia Brasileira de Neurologia, é fundamental analisar as categorias de apresentação amnéstica; apresentação não amnéstica; linguagem (comunicação); visual-espacial (percepção espacial, convicção para reconhecer objetos ou símbolos, sincrônicos agnosia, e capacidade de compreender os sinais escritos); funcionalidades ativas; tomografia ou, de preferência, ressonância magnética do crânio tem que ser tirada para excluir alternativas como a doença vascular cerebral (FROTA F. et al. 2011).

Atualmente, a doença de Alzheimer é insanável. Embora seja ampla a investigação pré-clínica e clínica, os medicamentos manipulados oferecem somente alívio sintomático aos indivíduos, não tratando as causas subjacentes da doença. Os resultados insatisfatórios, provavelmente, se devem por falta de conhecimento dos mecanismos celulares e moleculares enredados na patogénese do Alzheimer e dos tratamentos estipulados que afetam a neurotransmissão colinérgica e glutamatérgica. Sob outra perspectiva, os fármacos em progresso objetivam alterar o processamento da doença em si, consternando uma ou mais, das várias modificações cerebrais acometidas por ela (BRONZUOLI, et al 2016).

A hidroterapia é estabelecida como uma terapia não farmacológica, com propósito de elevar a participação total da pessoa com demência no seu respectivo plano de tratamento, a princípio apresentando eminentes resultados ao nível da intervenção (Myers et al., 2013), trazendo os mesmos resultados satisfatórios dos exercícios feitos fora da água, tornando-se evidente a redução de risco de lesão aguda (FEDOR et al., 2015). Apresentam da mesma forma, evoluções ao nível comportamental e psicológico, restabelecendo as interatividades sociais, dificuldades de sono e deambulação (NEVILLE, 2015).

A hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que busca a reabilitação humana através dos princípios da aplicação de exercícios físicos aliado às propriedades físicas da água. (RESENDE et al, 2008 apud MEEREIS et al, 2013), concedendo um avanço e melhorando a tensão muscular, diminuindo a carga pela flutuação (que resulta na diminuição da dor) (FEDOR et al., 2015). É usada em diferentes populações (PLECASH; LEAVITT, 2014) e em várias condições músculo-esqueléticas e neurológicas (TORRES-RONDA, 2014).

A fisioterapia aquática tem como objetivo promover o máximo de independência funcional possível ao paciente, pois ajuda  a minimizar as respostas anormais ajuda nos princípios físicos e termodinâmicos da água. Além disso, a  imersão aquática possui efeitos fisiológicos relevantes que se estendem sobre todos os sistemas e a homeostase (MENEGHETTI et al, 2012).

Entre as diversas modalidades de hidroterapia, os mais empregados destacam-se o Ai Chi, método dos Anéis de Bad Ragaz, método de Halliwick, Watsu e exercício terapêutico aquático (MYERS et al., 2013).

O Ai Chi tem proveniência japonesa e sua prática é realizada através de uma sequência de movimentos, no qual o paciente vai gradativamente usando os diferentes segmentos do corpo (SÁNCHEZ; ANDREO, 2013). O seu desígnio é fortalecer o corpo, durante o tempo em que se proporciona um relaxamento e uma agradável relação corpo-mente (Myers et al., 2013; SÁNCHEZ, 2013).

O método dos Anéis de Bad Ragaz fundamenta-se em inúmeros exercícios no mesmo momento em que a pessoa é suportada por alguns anéis ou flutuadores na água (Myers et al., 2013).

O método de Halliwick utiliza os recursos da água para ganhar autonomia, firmeza e domínio postural dos movimentos em água. Este método é formado pelas seguintes fases: ajuste cognitivo/abnegação; manejo da rotação sagital; manejo da rotação transversal; manejo da rotação longitudinal; manejo da rotação combinada; impulso ou mudança mental; equilíbrio; deslize com turbulência; desenvolvimento simples e substancial. O Watsu emprega os conceitos do Zen Shiatsu (massagem), em meio aquático (favorecendo o estado mental e físico da pessoa YAMAGUCHI, 2020).

Segundo Oliveira (2013) o exercício aquático incluindo o de flexibilidade, fortalecimento, treinamento de marcha e relaxamento podem ser feitos em temperatura entre 26°C e 33°C. Neville, (2014) conta que exercícios executados em meio aquático, apresentam melhoras dos lados psicológicos do comportamento em pessoas com demência. No entanto, a hidroterapia não pode ser realizada por todos os indivíduos com demência, pois há contraindicações, como a hidrofobia, estado febril ou outras infeções, patologias cardiovasculares descompensadas, feridas expostas, incontinência, entre outras (MYERS ET AL., 2013).

No estudo de caso apresentado por Myers, Capek, Shill, e Sabbagh, verificou-se que a hidroterapia pode beneficiar as pessoas com doença de Alzheimer, até mais do que exercícios realizados fora de água, apresentando melhorias ao nível cognitivo, o que por sua vez acaba por melhorar a qualidade de vida das pessoas com demência (NEVILLE et al., 2014).

O exercício aquático é realizável e pode ser executado de forma segura em pessoas com demência, que se encontrem institucionalizadas e com alterações cognitivas e físicas, no entanto, são necessários mais estudos, com mais rigor, para poder tirar conclusões definitivas (HENWOOD et al., 2015).

  METODOLOGIA

O presente estudo teve caráter de revisão da literatura. Para a realização deste trabalho, foi feito um levantamento no período de agosto a setembro de 2021, pesquisas feitas a partir de artigos contidos em bancos de dados como Scientific Electronic Library Oline (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs).

Foram usados como descritores: Doença de Alzheimer, Hidroterapia, Envelhecimento, Idoso.

Os critérios de inclusão foram: textos em português, estudos realizados com seres humanos o que mostra a aplicabilidade prática desta modalidade na disfunção e faixa etária estudada, foram  selecionados artigos publicados de 2011 a 2021. Os critérios de exclusão foram os artigos sem correlação com os descritores ou que não preenchiam todos os requisitos ao tema em estudo.

As análises dos artigos foram realizadas, lidas minuciosamente, sendo então selecionadas as partes mais importantes e de interesse sobre a patologia e os possíveis tratamentos existentes nas literaturas, onde serviu como base para o desenvolvimento do trabalho, através de uma leitura interpretativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 – artigos achados para análise

AUTOR/ ANOTÍTULO OBJETIVO ESTUDO RESULTADOS
Silva, 2019Hidroterapia em idosos: uma revisão integrativa  Verificar na literatura as principais evidências da hidroterapia em idososRevisão integrativa.A hidroterapia em idosos mostrou-se eficaz e benéfica no processo de reabilitação, manutenção da funcionalidade e prevenção de riscos de quedas e agravos.
Salicio et al, 2018.Hidroterapia como recurso para melhora da qualidade de vida de idososAvaliar a qualidade de vida de idosos praticantes de hidroterapia e sedentários, residentes no município de Várzea Grande-MT.Estudo Transversal.Concluíram que os idosos praticantes de hidroterapia têm melhor qualidade de vida.
Marinho, 2020.A importância da fisioterapia na doença de alzheimerTrazer evidências científicas sobre a atuação do fisioterapeuta e a sua importância na doença de Alzheimer.Revisão da literatura.Concluiu-se que o fisioterapeuta é um profissional de suma importância para tratar os portadores com a Doença de Alzheimer, porque  o profissional  de  fisioterapia  possui  o conhecimento  para  tratar  complicações  advindas  da  patologia.
Pereira, 2020.A relação da hidroterapia e a fragilidade do idoso: revisão de literatura sistemáticaSintetizar o que a literatura científica diz sobre a hidroterapia como reabilitação.Revisão de literatura sistemática.Praticar exercícios durante a fase de envelhecimento previne disfunções funcionais e a hidroterapia é indicada nesse processo.
Nobre, 2019.Contribuições da hidroterapia na promoção de saúde em idosos: relato de experiênciaDisponibilizar a essa população específica a promoção de saúde visando a melhora da qualidade de vida através da hidroterapiaRelato de experiência.A hidroterapia é benéfica na vida da saúde dos idosos.
Salek, 2018Benefícios da hidroterapia em idosos: revisão da literaturaVerificar  os  efeitos  da  hidro terapia em  idosos  sobre  o  equilíbrio  e  prevenção  de  quedas  Revisão sistemática da literatura.A  hidroterapia  propor ciona  aumento  da  qualidade  de  vida,  da  autoestima, da mobilidade e do equilíbrio, prevenindo quedas nos pa cientes idosos praticantes da hidroterapia.  
Martins, 2021.Atuação fisioterapêutica no estágio inicial da doença de Alzheimer: revisão bibliográfica.Identificar quais as técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas no tratamento inicial da doença de AlzheimerRevisão bibliográfica.A fisioterapia é capaz de intervir e contribuir de forma positiva na redução dos danos cognitivos e na preservação da capacidade funcional, sendo considerada fundamental no tratamento da doença de Alzheimer.
Machado, 2021.Estratégias fisioterapêuticas para tratamento de pacientes portadores de doença de Alzheimer: Revisão de literaturaEspecificar as intervenções fisioterapêuticas mais utilizadas dur ante a reabilitação de pacientes portadores de Doença de Alzheimer  Revisão de literaturaA terapia baseada em exercícios físicos é eficaz nos tratamentos não farmacológicos para pacientes diagnosticados com Doença de Alzheimer.  
Braga, 2021.Exercícios físicos em idosos com doença de Alzheimer: uma revisão dos benefícios cognitivos e motores.Analisar os efeitos benéficos da prática de exercícios físicos em idosos com Alzheimer.Revisão da literatura.A prática de exercícios físicos por idosos com doença de Alzheimer influencia positivamente nos aspectos cognitivos e motores desses indivíduos
De Souza, 2021Doença de alzheimer: Abordagem Sobre a FisiopatologiaRevisar por meio de pesquisa bibliográfica os principais aspectos fisiopatológicos da doença de Alzheimer abordando seus fatores de risco e discorrendo sobre suas hipóteses etiológicas.Revisão da literaturaA verificação da patologia é de grande importância para encontrar uma abordagem terapêutica que possa melhorar a qualidade de vida do paciente e aumentar a expectativa de vida.

Fonte: elaborado pelas autoras (2021).

Para Marinho (2020), a fisioterapia aliada a hidroterapia nos idosos com Alzhaimer aliado a um bom profissional é de extrema importância para tratar os portadores com a doença de Alzheimer, visto que o profissional de fisioterapia possui o conhecimento para tratar complicações advindas da patologia e possui conhecimentos para aplicar tratamentos específicos para cada indivíduo.

No estudo realizado por Machado et al. (2021), realizaram um estudo sobre as intervenções fisioterapêuticas em pacientes acometidos por Alzheimer sobre o processo da  fisioterapia como uma ferramenta importante na melhora da qualidade de vida e no restabelecimento funcional e motor dos idosos com Alzheimer, concluíram que a   terapia  baseada  em  exercícios  físicos  é  eficaz  nos  tratamentos  não farmacológicos para pacientes diagnosticados com doença de Alzheimer.

Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Martins et al. (2021), que a fisioterapia pode ser capaz de intervir e contribuir de forma bastante positiva na redução dos danos cognitivos e na preservação da capacidade funcional, pois ela vai auxiliar por meio de exercícios na melhora do equilíbrio, da amplitude de movimento, da mobilidade e da coordenação, porque ajuda a promover o bem-estar do organismo. Souza (2021), salientou que o Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa associada à idade, ao longo do tempo causa demência mais comum  atualmente  e  com  alta  taxa  de  mortalidade.  Além de apresentar um grave comprometimento do Sistema Nervoso  Central  isso é causado pela perda  neuronal por meio de depósitos de proteína Tau e Beta Amilóide localizados em áreas específicas do    cérebro.  Além disso, o Alzheimer se apresenta por meio de vários sintomas variados, por exemplo, a neuropatologia apresenta certo  padrão  e  possui  diversos  fatores  de  risco, como doenças  infecciosas, hidrocefalia,  predisposição  genética,  estresse e baixa  reserva.

Braga (2021), ressaltou por meio do seu estudo que que o exercício regular na vida do idoso com Alzheimer acarreta benefícios em diferentes aspectos afetados pela doença de Alzheimer, no que diz respeito ao declínio cognitivo e motor, ressalta-se também a melhora na atenção, no tempo de reação, no processamento cognitivo, na mobilidade, no equilíbrio e na força muscular.  Salek et al. (2018), também evidenciou em seu estudo que a hidroterapia pode proporcionar aumento da qualidade de vida da autoestima, porque proporciona ao paciente a  mobilidade e do equilíbrio, e ajuda os praticantes idosos da hidroterapia,   além dos benefícios físicos da água que diminuem as compensações biomecânicas através do empuxo, da pressão hidrostática  e  viscosidade,  tendo  a  base  de suporte  aumentada  dando  equilíbrio  e  aprimorando  a  deambulação.

Portanto, Nobre (2019), fez um relato de experiência sobre o estágio em que participou e relatou o projeto de grupo de idosos que realizaram na hidroterapia e comprovou por meio das observações que a hidroterapia se mostrou bastante eficaz na vida deles, pois aumentou a autoestima, mobilidade e ajudou os idosos. Pereira et al. (2020), ressaltou no seu estudo sobre a importância que há na hidroterapia que é um dos exercícios indicados para o tratamento da fragilidade dos idosos e que pode contribuir positivamente para o processo de reabilitação deles e melhoria na qualidade de vida deles.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de envelhecimento torna-se uma preocupação, principalmente quando o idoso é acometido por Alzheimer, pois devido a fragilidade do idoso, pois é um momento em que a probabilidade de doenças começarem a surgir, por exemplo, doenças que podem atrapalhar o cognitivo e a saúde física. Neste caso é importante a prática de exercícios que possam ajudar nesse processo de envelhecimento, pois algumas atividades podem ajudar no processo de evitar certas doenças.

Dessa maneira, a hidroterapia para o idoso acometido por Alzheimer é uma ótima opção por ser uma atividade de baixo impacto que pode ajudar tanto na prevenção como no tratamento de algumas doenças como foi citado acima. Portanto, o objetivo do estudo foi investigar o papel da hidroterapia nos idosos acometidos pelo Alzheimer, e a partir da busca por artigos concluiu-se que a hidroterapia pode ajudar os idosos acometidos por Alzheimer.

REFERÊNCIAS        

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Sobre as autoras:

LÍDIA ALMEIDA DOS SANTOS – graduanda em fisioterapia no Centro Universitário do Norte – UNINORTE

ALDENIZA ARAUJO DA COSTA – graduanda em fisioterapia no Centro Universitário do Norte – UNINORTE

KLENDA PEREIRA DE OLIVEIRA – docente do curso de fisioterapia no Centro Universitário do Norte – UNINORTE

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