PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS

Engenharia Civil

PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS

BASE CIENTIFICA
Escrito por BASE CIENTIFICA em dezembro 23, 2021

Seções

PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS

COMO CITAR:

Souza, Anderson Lima de. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS. Revista Base Científica – ISSN:2675-7478, v.2, n.1, p. 101 -125. Dezembro de 2021. Disponível em: https://revistabase.com.br/2021/12/23/principais-manifestacoes-patologicas-encontradas-em-revestimentos-argamassados/

RESUMO

As manifestações patológicas na construção civil são defeitos apresentados no decorrer da construção de uma obra ou ainda adquiridas com o passar do tempo, as quais trazem prejuízos ao desempenho esperado de uma edificação e das suas partes em particular, como: uma parede, uma viga, um pilar, etc. Sendo assim, para facilitar a investigação foi determinada a seguinte problemática: quais são os tipos de manifestações patológicas mais encontradas em revestimentos argamassados?  Com isso, foi determinado como objetivo geral identificar e analisar as principais manifestações patológicas encontradas em revestimentos argamassados. Apresentando de forma mais específica os conceitos e características de cada tipo, as possíveis causas que proporcionaram o seu aparecimento, e as principais ações de prevenção para evitar a ocorrência dessas patologias. Sobre a metodologia empregada é possível evidenciar a utilização de uma revisão bibliográfica, através da análise de livros, artigos científicos, periódicos, e outros materiais que abordem o assunto. Foi possível identificar as fissuras e trincas, deslocamentos, vesículas e eflorescências como exemplos dessas anomalias. Averiguando a importância que esse estudo tem tanto para leigos como para pessoas da área, isto, pois quanto mais cedo forem detectadas, mais rápido será a recuperação, evitando assim possíveis desastres nas estruturas da construção. Além disso, ter todo esse conhecimento ajuda também na prevenção do aparecimento dessas manifestações patológicas.

Palavras-chave: Manifestações Patológicas, Patologia, Revestimento Argamassado.

INTRODUÇÃO

Sabe-se que a construção civil tem como base alguns pontos principais, que são eles: atendimento das necessidades do cliente, aos custos, prazos e qualidade. Dessa forma, existem constantes estudos e tentativas com o objetivo de melhorar as soluções construtivas, tanto a partir da melhoria das técnicas, quanto com o surgimento e aperfeiçoamento de novos materiais (FONSECA; ROCHA, 2021).

Por tanto, todo cuidado é extremamente necessário durante o processo da construção. Sendo assim, é imprescindível evidenciar a grande importância que o tema sobre manifestações patológicas tem na construção civil atual. É preciso planejar e antecipar os problemas, usando das práticas corretas de construção, para prevenir futuras anomalias, garantindo assim maior vida útil do empreendimento (FONSECA; ROCHA, 2021). 

Verifica-se que devido aos efeitos do meio ambiente, qualquer elemento de uma construção sofre, ao longo do tempo, uma decadência progressiva do seu desempenho, à medida que se alteram os seus materiais de que é feito. As normas brasileiras de projeto exigem que os projetistas levem em consideração a evolução da deterioração do material ao longo do tempo e consequentemente os seus efeitos no desempenho da estrutura, estabelecendo ou classificando o ambiente com relação a sua agressividade (MORAIS; TINOCO, 2013). 

O progresso da tecnologia no cenário da construção civil vem crescendo a cada dia, proporcionando e incentivando o maior e melhor atendimento das demandas atuais. Porém, é muito importante ressaltar que a alta demanda acompanhada da busca pela entrega das obras em tempo hábil, pode ocasionar sérios problemas como o aparecimento de manifestações patológicas.

Essas patologias identificadas nas construções, em geral, aparecem por causa de inúmeros fatores como falhas no planejamento de execução dos serviços, questões ambientais, pois, conforme a região, o clima e seus fatores podem ser um intenso processo degradante, e por falta de manutenção periódica adequada (AMORIM; COSTA; FRAGA, 2020). 

Diante disso, é importante evidenciar que a escolha adequada dos materiais a serem utilizados é um fator imprescindível para auxiliar no correto desempenho da construção. Como, por exemplo, a argamassa que mesmo sendo um dos produtos mais utilizados em revestimentos, é muito frequente a ocorrência de manifestações patológicas (FERREIRA, 2010).

Dessa forma, o presente artigo científico tem como objetivo geral identificar e analisar as principais manifestações patológicas encontradas em revestimentos argamassados. Apresentando de forma mais específica os conceitos e características de cada tipo, as possíveis causas que proporcionaram o seu aparecimento, e as principais ações de prevenção para evitar a ocorrência dessas patologias.

Diante de tais objetivos elencados, cabe ainda ponderar quanto a metodologia empregada que parte de uma revisão bibliográfica, na qual serão analisados livros, artigos científicos, periódicos, e outros materiais que abordem o assunto. Sendo assim, para facilitar a investigação foi determinada a seguinte problemática: quais são os tipos de manifestações patológicas é mais encontrada em revestimentos argamassados? 

Por fim, a escolha da temática se justifica pela importância de proporcionar a pessoas leigas, maior clareza em relação ao fato de saber identificar qual é a patologia, suas características e como tratá-la. Além de orientar como prevenir que um revestimento argamassado seja afetado por uma manifestação patológica. 

REFERENCIAL TEÓRICO

  1. Argamassas

As argamassas são materiais de construção que apresentam propriedades de aderência e endurecimento, oriundos da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) e a água. Podendo ainda ter o acréscimo de produtos especiais específicos para melhoria das propriedades como aditivos e adições de minerais (CARASEK, 2010).

É valido ressaltar que se esta mistura não for bem analisada, ou seja, se a dosagem de cada componente não for determinada corretamente, pode ocorrer o aparecimento de problemas futuros capazes de comprometer a estética e a segurança da construção. Isto é, o aparecimento de patologias, que geralmente ocasionam a insatisfação dos usuários e elevados custos extras para a recuperação (CAPORRINO, 2016 apud TCATCH; PIOVESAN, 2019) 

Considerado um material bastante empregado na construção civil, as argamassas são utilizadas principalmente em assentamentos de alvenarias e nas etapas de revestimento, que são elas: chapisco, emboco e reboco. Além de serem usadas também em contrapiso para regularização e nivelamento de pisos, assentamento e rejuntamento de revestimento de peças cerâmicas e revestimento de camada única de paredes e tetos (CARASEK, 2010).

De acordo com a NBR 13749 (1996), os revestimentos de argamassa precisam apresentar uma textura uniforme, sem imperfeições, ou seja, sem cavidades, fissuras e manchas. A fim de proporcionar qualidade e durabilidade as edificações, além de proteger das intempéries, minimizar a degradação dos materiais de construção e viabilizar conforto e segurança para os usuários. 

O procedimento tradicional para o revestimento argamassado é formado por três camadas, as quais, já foram mencionadas acima, a primeira é o chapisco, a segunda o emboço, e a terceira o reboco. O chapisco é uma argamassa de aderência, responsável pela ligação entre o revestimento e o substrato. Segundo a NBR 7200 (1998), ele deve ser aplicado com uma consistência fluída, para garantir maior facilidade na penetração da pasta na base a ser revestida. 

Seguindo a ordem, a NBR 13529 (1995) relata que o segundo elemento de revestimento é o emboço, o qual tem como finalidade “cobrir e regularizar a superfície da base ou chapisco, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo, ou que se constitua no acabamento final”. 

Ainda de acordo com a NBR 13529 (1995), a terceira e última camada de revestimento argamassa é o reboco que é definido como a camada utilizada para o cobrimento do emboço, proporcionando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo ou que se constitua no acabamento final, o qual pode ser uma pintura, uma aplicação de revestimento cerâmico, etc. 

Portanto, depois de toda a análise realizada perante os conceitos e tipos de revestimentos argamassados, a seguir serão abordadas as principais manifestações patológicas presentes nesses tipos de revestimentos.

2. Normas Técnicas relacionadas ao tema 

2.1 Norma NBR 13529

A NBR 13529, (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas), define os termos relativos a revestimentos de paredes e tetos em argamassas inorgânicas à base de cimento, cal, ou ambos, e a materiais e instrumentos auxiliares de aplicação, diz que o sistema de revestimento é o “Conjunto formado por revestimento de argamassa e acabamento decorativo, compatível com a natureza da base, condições de exposição, acabamento final e desempenho, previstos em projeto”.

2.2 Norma NBR 7200

A NBR 7200, (Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento) define argamassas como a mistura de aglomerantes e agregados com água, possuindo capacidade de endurecimento e aderência, tendo como ponto de partida as especificações de projeto constantes no caderno de encargos, resultantes da necessidade da programação da execução, a fim de evitar as possíveis improvisações durante o serviço, com comprometimento da qualidade do revestimento.

2.3 Norma NBR 13749

A NBR 13749 (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação) define as condições necessárias e exigíveis para o recebimento de revestimento de argamassa inorgânicas aplicadas sobre tetos e paredes das edificações.

3. Patologia X Manifestações Patológicas 

Sabe-se que existe um grande equívoco no emprego das palavras patologia e manifestação patológica, tanto entre leigos como até mesmo no meio técnico. Portanto, é fundamental deixar claro o conceito de ambas para o correto entendimento de todos durante o presente artigo. 

De acordo com Silva (2011, p.4) “a patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica”. Logo, ela estuda os diferentes problemas relacionados às construções, pois, na maioria das vezes, elas estão sujeitas a defeitos causados por fatores como: falha na execução do trabalho, presença de materiais de baixa qualidade, falhas no projeto, e até mesmo mau uso ou envelhecimento natural da edificação. Por isso, é imprescindível o diagnóstico adequado e completo de todos os aspectos relacionados à patologia, ou seja, os sintomas, a origem, causas e consequências causadas pelo seu aparecimento (FERREIRA; OLIVEIRA, 2021).

Já a manifestação patológica pode ser definida como o mecanismo de degradação que ocorre devido a um conjunto de processos, que são classificadas de acordo com a identificação, sintomas e a etapa do processo produtivo, espelhado na falta de conhecimento às diretrizes pelos especialistas do assunto, ausência de cuidados na produção, na execução dos métodos e nos materiais usados (OLIVEIRA; OLIVERA; 2019).

Verifica-se que em grande parte dos casos, diante dos prazos curtos e das necessidades de reduzir ao máximo o tempo de execução, o processo mais sacrificado de uma obra é o revestimento, muitas vezes porque não são tomados os cuidados necessários no preparo da superfície, na dosagem e na aplicação da argamassa.

De acordo com Carasek (2011), os problemas nos revestimentos argamassados, geralmente, se manifestam devido à ataques de fatores que podem ser divididos em físicos, químicos, mecânicos e biológicos. Além disso, esses problemas também são classificados de acordo com a origem da fonte causadora, podendo ser por aspectos externos ao revestimento quanto por causas internas à própria argamassa.

Deste modo, três manifestações patológicas regularmente encontradas em revestimentos argamassados serão abordadas de forma detalhada nos tópicos seguintes. 

4. Fissuras e Trincas

São aberturas que afetam a superfície do elemento estrutural tornando-se um caminho rápido e propício para a entrada de agentes agressivos à estrutura. As fissuras e trincas apresentam o mesmo conceito e mesmo tratamento, o único fator que as diferenciam é a dimensão da abertura.  As fissuras possuem abertura de até 0,5mm e as trincas de 0,5 mm até 1,0 mm (GONÇALVES, 2015). Mas, vale ressaltar que ainda não há um consenso entre os autores para a classificação padrão da nomenclatura e das respectivas medidas às aberturas das fissuras. 

Qualquer que seja a construção o aparecimento de fissuras e trincas podem ocorrer depois de anos, dias ou até mesmo horas. Considerada uma patologia de difícil diagnóstico, causada por diversos motivos, as fissuras e trincas (Figura 1) são consideradas as manifestações patológicas que mais chamam a atenção dos proprietários, em razão do risco que apresenta, pois a partir do momento que a estrutura começa a apresentar uma abertura dependendo do tamanho dela, pode começar a desproteger a armadura.

    Figura 1: Fissuras e trincas

Fonte: (NEVES, 2020).

4.1 Causas do aparecimento de fissuras e trincas

As manifestações patológicas do tipo fissuras e trincas podem ser causadas por fatores como: retração, atuação de sobrecargas, movimentações higroscópicas, movimentações térmicas, alterações químicas, etc. 

4.1.1.Fissuras e Trincas causadas por retração 

Sabe-se que a retração da argamassa é o processo de redução de volume que ocorre devido à perda de água excedente da mistura pelo processo de evaporação. De acordo com Segat (2005) existem três formas de retração responsáveis pelo aparecimento de fissuras e trincas, as quais serão detalhadas abaixo:

  • Retração química: reação química entre o cimento e a água, que devido a grandes forças interiores de coesão faz a água combinada quimicamente sofrer uma contração de aproximadamente 25% de seu volume original (SEGAT, 2005);
  • Retração de secagem: característica ligada à quantidade de água excedente empregada na preparação da argamassa, que permanece livre no seu interior, ocasionando forças capilares equivalentes a uma compressão isotrópica da massa (SEGAT, 2005);
  • Retração por carbonatação: relacionada à cal hidratada, acrescentada à argamassa ou liberada a partir das reações de hidratação do cimento, que sofre reação com o gás carbônico presente no ar, formando o carbonato de cálcio, e consequentemente a redução do seu volume (SEGAT, 2005);

De modo geral, segundo Carasek (2010, p.884) “a retração é resultado de um mecanismo complexo, associado com a variação de volume da pasta aglomerante e apresenta papel fundamental no desempenho das argamassas aplicadas, especialmente quanto à estanqueidade e à durabilidade.” 

4.1.2. Fissuras e Trincas causadas por atuação de sobrecargas 

No que diz respeito à atuação de sobrecargas, essas patologias são originadas em função da atuação de tensões nos materiais. Portanto, quando a solicitação acaba sendo maior que a capacidade de resistência do material, as fissuras e trincas possuem a propensão de amenizar suas tensões, ou seja, quanto maior for à restrição exigida à movimentação dos materiais, e quanto mais instável for, maior será a gravidade e veemência das fissuras e trincas (SILVA; FIORITI, 2020).

4.1.3. Fissuras e Trincas causadas por movimentações higroscópicas

As fissuras e trincas causadas pelas movimentações higroscópicas, diz respeito, às variações dimensionais nos materiais porosos que fazem parte dos elementos e componentes da argamassa, ou seja, o aumento do teor de umidade resulta na expansão do material e a diminuição da contração. Com isso, o que pode proporcionar fissuras e trincas nos revestimentos é a presença de vínculos que impeçam essas movimentações (OLIVEIRA, 2012). 

A umidade tem acesso aos materiais de construção pelos seus poros, devido ao fenômeno da capilaridade, provenientes de fontes diversas como: umidade resultante da produção dos componentes; umidade proveniente da execução da obra; umidade do ar ou provenientes de fenômenos meteorológicos; e umidade do solo. 

4.1.4. Fissuras e Trincas causadas por movimentações térmicas

Segundo Casotti (2007) os elementos e componentes de uma construção estão propícios a contração e dilatação térmica, onde estes oscilam de acordo com o aumento ou diminuição da temperatura. Com isso, grandes variações de temperatura em um mesmo dia, proporciona aos revestimentos argamassados, principalmente os externos, movimentações de dilatação quando a temperatura sobe e contração quando a baixa. 

Portanto, as fissuras e trincas em revestimentos argamassados de origem térmica podem surgir devido às suas propriedades físicas e intensidade da variação da temperatura; à magnitude das tensões desenvolvidas em função da intensidade da movimentação, do grau de restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação e das propriedades elásticas do material. Além de surgir também pela movimentação diferenciada entre componentes de um mesmo elemento, entre elementos de um sistema e entre regiões distintas de um material (CASOTTI, 2007).

4.1.5. Fissuras e Trincas causadas por alterações químicas

As fissuras e trincas ocasionadas por alterações químicas se justificam pelo fato dos materiais de construção serem suscetíveis à deterioração pela ação de substâncias químicas, como: soluções ácidas, álcoois e sais solúveis, etc. Vale ressaltar que as reações que se manifestam com maior frequência são a hidratação retardada de cales e o ataque de sulfatos (THOMAZ, 1992 apud SILVA, 2007).

A hidratação retardada de cales consiste na ruim hidratação dos grãos de cal utilizada para a execução da argamassa. Com isso, quando esses grãos isolados de óxidos ativos fazem contato com a água se hidratam melhor e aumentam seu volume em até 100%, o que consequentemente gera esforços provocando o surgimento de fissuras e trincas. E o ataque de sulfatos se refere a reação que o sulfato pode ter com os elementos químicas presentes nos cimentos, como o aluminato tricálcico, o que proporciona grande expansão, podendo ocasionar as patologias (THOMAZ, 1992 apud SILVA, 2007).

4.2 Fissuras mapeadas

De acordo com a NBR 13749 (ABNT, 2013), o aparecimento dessas manifestações patológicas em revestimentos argamassados podem ser causadas pela retração da argamassa, decorrentes do excesso de finos na mistura usada, ou até mesmo o excesso de desempenamento da argamassa de revestimento. É válido ressaltar que essa anomalia recebe esse nome devido ao seu formato de traços irregulares que têm uma semelhança com um mapa. 

De acordo com Alves (2021, p.8) 

[…] apesar de trazerem um grande prejuízo estético, esse tipo de fissura, geralmente, não provoca danos mais severos na alvenaria, desde que seja prontamente corrigido. Para essa correção sugere-se o uso de selantes flexíveis, que podem ser usados para fazer a regularização do revestimento e em seguida pode-se executar a pintura, desde que seja com uma tinta igualmente flexível aplicado (ALVES, 2021, p.8).

Porém é importante salientar que dependendo da situação encontrada no empreendimento, devido ao acúmulo de água nessas fissuras, pode ocorrer que apenas a regularização com selante não seja suficiente, onde será necessário remover o revestimento argamassado danificado, e posteriormente aplicar um revestimento novo (ALVES, 2021).

4.3. Fissuras abertas em vãos 

Para assentar esquadrias em vãos que são abertos, é necessário certo cuidado com o objetivo de não causar esse tipo de manifestação patológica. Isto, pois, esses vãos podem gerar tensões devido a movimentação da estrutura, e também da própria alvenaria. Com isso, para evitar o surgimento dessas fissuras deve-se utilizar vergas e contra vergas, que contribuem para a melhor e adequada distribuição das tensões impostas às alvenarias (ANTUNES, 2010).

Algumas providências devem ser tomadas para evitar o surgimento dessas fissuras. Com isso, devem ser produzidas vergas e contravergas de concreto, e colocadas sobre portas e janelas no momento da execução da alvenaria. Essas estruturas têm como finalidade a distribuição das forças no vértice da abertura.

4.4 Monitoramento de fissuras e trincas

Para o monitoramento dessas manifestações patológicas existem ferramentas mecânicas e eletrônicas que permitem medir a referida variação. Porém, também se faz o uso de calços de gesso e tiras de vidro ou de papel para conseguir detectar de forma mais grosseira, se houve ou não acréscimos na abertura ou deslizamento da fissura. Portanto, exemplos dessas ferramentas são: o fissurômetro e o esclerômetro.

O fissurômetro (Figura 2) “… é um equipamento utilizado para medição de fissuras, trincas ou rachaduras. Existem fissurômetro apenas para medição, como também para acompanhamento da evolução de patologia.” (ANTONINO, 2019, p.25). Constituído por duas partes, designadas por “A” e “B”, executadas em plástico flexível e transparente. A primeira, em forma de “T”, tem impressos dois traços de referência em esquadria. A segunda, de forma retangular, tem impresso um reticulado graduado em 0,5 mm, e é dotada de duas ranhuras nas quais a parte “A” vem introduzida, por forma a que os traços de referência e o reticulado fiquem sobrepostos e centrados.

Figura 2: Fissurômetro

Fonte: SALGADO et al (2019, p.20)

Pode ser utilizado mais dois instrumentos, o comparador de fissuras (Figura 3) e o medidor óptico de fissuras (Figura 4), que são ensaios não destrutivos, o qual permite quantificar, respectivamente, com menor ou maior rigor a abertura das fissuras e fendas, podendo ser utilizados para complementar os dados recolhidos com o fissurômetro, que apenas permite medir o movimento das fissuras, ou seja, a variação da abertura (FERREIRA, 2010).

     Figura 3: Comparador de fissuras

Fonte: SALGADO et al (2019, p.20).

Figura 4: Medidor óptico de fissuras

Fonte: SALGADO et al (2019, p.20)

Já o esclerômetro (Figura 5) é uma ferramenta utilizada para fazer o ensaio e determinar o índice esclerométrico. Esse método consiste na medição da dureza superficial da argamassa ou concreto, possuindo como variável um índice de reflexão que pode ser utilizado para a estimativa da resistência a partir da construção de curvas de correlação (PEREIRA; MEDEIROS, 2012).

Considerado um procedimento usado in loco, sem causar nenhum dado à estrutura, sendo capaz de determinar o valor aproximado da resistência à compressão do concreto ou argamassa, auxiliando também na identificação da capacidade de diminuir as fissuras e trincas da estrutura, e posteriormente em seu acabamento argamassado. 

 Figura 5: Sequência de execução do ensaio de esclerometria               

Fonte: Oliveira (2017, p.12)

5. Deslocamentos

O deslocamento é a separação entre camadas dos revestimentos de argamassa, apresentando uma extensão a qual pode variar, compreendendo áreas restritas até dimensões que abrangem a totalidade de uma alvenaria. Geralmente, são problemas causados pelo incremento da deficiência das ligações entre as camadas que compõem o revestimento (ANTUNES, 2010).

Essa manifestação patológica pode se apresentar de diversas maneiras, podendo ser classificadas como: deslocamento de placas, descolamentos com pulverulência e deslocamento com empolamento. Cada tipo de deslocamento será analisado de forma mais detalhada no item abaixo.

5.1 Deslocamento de Placas

O deslocamento de placas (Figura 6) é caracterizado quando parte do revestimento de argamassa se desloca envolvendo geralmente o reboco e o emboço, ocorrendo assim a ruptura na ligação entre as camadas e alvenaria, ou seja, a base. Vale ressaltar, que o reboco quando desloca apresenta um som cavo sob percussão (QUEIROZ, 2007). 

Segundo Carasek (2010) existem vários fatores que influenciam na aderência entre argamassa e base, ou seja, que podem influenciar no aparecimento dessa manifestação patológicas, alguns exemplos são:

Argamassa aplicada com uma camada muito espessa; Condições climáticas – Temperatura, UR, vento; Substrato – Sucção de água, rugosidade, porosidade, etc; Execução – Energia de impacto (aplicação manual / projeção mecanizada; ergonomia; Chapisco preparado com areia fina ou ausência de chapisco (CARASEK, 2010).

Figura 6: Deslocamentos de placas

Fonte: França, França E Freitas (2016, p.8).

5.2 Deslocamento com pulverulência 

Essa patologia pode ser destacada pela desagregação e consequentemente o “esfarelamento” da argamassa ao ser pressionada manualmente. No caso em que o revestimento argamassado recebe pintura, é possível notar o deslocamento da película de tinta levando consigo partículas de reboco (Figura 7). O sinal mais frequente de pulverulência é a desagregação ao ser manualmente pressionada (QUEIROZ, 2007). Vale ressaltar que nessas situações, a renovação do reboco é imprescindível. 

De acordo com Bauer (1997) as principais causas do deslocamento com pulverulência são: 

Excesso de materiais pulverulentos; O traço pobre em aglomerantes ou excessivamente rico em cal; Ausência da completa carbonatação da cal pela execução de reboco em camada muito espessa; Aplicação de pinturas prematuras (BAURER, 1997);

 Figura 7: Deslocamento com Pulverulência

   Fonte: França, França e Freitas (2016, p.8).

5.3 Deslocamento com empolamento 

O material que está diretamente ligado e envolvido com esse tipo de manifestação patológica é a cal, portanto, tal anomalia, se desenvolve nas camadas com maior presença de cal. 

Essa manifestação patológica ocorre quando, por conta da umidade, a superfície do reboco se desloca do emboço, apresentando a formação de boas, cujos diâmetros aumentam progressivamente. Caso, o reboco apresente um som cavo sob percussão, a causa mais provável é a hidratação retardada do óxido de magnésio da cal (CINCOTTO et al., 1995 apud FERREIRA, 2010).

Para corrigir o deslocamento com empolamento (Figura 8) é necessário e indicado realizar a retirada de todas as camadas de revestimento acometidas pela manifestação patológica, e em seguida realizar a reconstituição das camadas de revestimento. Vale ressaltar que para aqueles empreendimentos localizados perto do mar ou rio, sugere-se aplicar uma camada de material impermeabilizante em toda a extensão dos revestimentos que poderão sofrer com a umidade (ALVES, 2021, p.6).

Figura 8: Deslocamento com empolamento

 Fonte: Silva e Oliveira (2014, p.9)

6. Vesículas

“Vesículas podem ser interpretadas como lacunas ou aberturas pontuais no reboco, provenientes dos óxidos não hidratados existentes na cal dolomítica.  Destaca-se, em particular o óxido de magnésio, cuja hidratação é acompanhada da expansão gradativa” (MITIDIER FILHO, 1995 apud TCATCH; PIOVESAN, 2019, p.5).

As vesículas presentes nos revestimentos são originadas devido a presença de materiais dispersos na argamassa que se manifestam com a sua variação volumétrica. O desenvolvimento desta anomalia apresenta como fontes à presença de pedras de cal parcialmente extintas, matéria orgânica e torrões de argila na areia, além de outras impurezas como pirita e torrões ferruginosos (BAUER, 2008).

Ainda de acordo com Bauer (2008), outro fator que é importante ressaltar é a contaminação da areia durante a sua estocagem, ou seja, a inserção de algum material desconhecido como, por exemplo: folhas, serragens ou quaisquer elementos que possam ser transportados por chuva, vento e entre outros fenômenos naturais. 

Com relação aos aspectos observados no interior das vesículas, geralmente esse empolamento da pintura em suas partes internas pode acontecer em 3 colorações. Quando ocorrer na cor branca, quer dizer que houve a hidratação retardada do oxido de cálcio da cal; na cor preta é quando é causado pela presença de pirita ou de matéria orgânica na areia; e na cor vermelha acastanhado quando ocorre há presença de concreções ferruginosas na areia (CINCOTTO; SILVA; CARASEK, 1995 apud FERREIRA, 2010).

Na figura 9 abaixo pode ser verificado a presença de uma vesícula em revestimento de argamassa com interior esbranquiçado. Sendo a imagem da esquerda a região empolada da pintura e a imagem do lado direito após remover esta camada de pintura, podendo ser visto um ponto esbranquiçado. 

                                                Figura 9: Vesículas

Fonte: Ferreira e Garcia (2016, p. 17).

7. Eflorescências

Eflorescências são manchas esbranquiçadas (Figura 10) de sais precipitados nas camadas superficiais dos revestimentos que, além de prejudicar o aspecto estético, contribuem para a desagregação do revestimento. Essa anomalia ocorre quando a presença de água, presença de sais solúveis e pressão hidrostática para propiciar a migração da solução pela rede de capilares, onde em condições de evaporação moderada os sais se cristalizam sobre a superfície. Vale evidenciar que caso esse fenômeno atinja a região de interface argamassa subtrato, o deslocamento da camada de revestimento pode vir a acontecer (CARASEK, 2010).

Esses sais podem ser agressivos e causar uma desagregação profunda, além de modificar o aspecto visual na estrutura, isto, pois existe um contraste entre a cor dos sais e do substrato sobre os quais se depositam. 

Múltiplos são os fatores que causam essas patologias, as quais pode-se citar: deslocamento das formas, desgaste do concreto, fissuração, agentes agressivos biológicos, fenômeno da calcinação e alteração de cor do concreto. E para a realização da eliminação dessa manifestação patológica é preciso remover a infiltração da umidade, seguindo da secagem do revestimento, e escovação da superfície da parede para retirar e limpar os sais superficiais contidos nela (MILITO, 2009).   

  Figura 10: Eflorescência

                                                            

Fonte: Ferreira (2010, p. 147).  

8. Mofo e Bolor

“São manchas que aparecem normalmente sobre a superfície e, por se tratar de um grupo de seres vivos (fungos, algas e bactérias) se proliferam em condições de clima favoráveis, como em ambientes úmidos, mal ventilados ou mal iluminados” (MONTECIELO; EDLER, 2016, p.3).

Para um melhor entendimento, segundo Schonarde (2009), os fungos são vegetais que precisam de ar e água, isto, pois, eles não se proliferam em ambientes que são absolutamente secos. Para eliminar um mofo ou um bolor (Figura 11) é uma situação que não é fácil. Com isso, para evitar seu aparecimento é preciso eliminar a umidade, o que é possível alcançar através da impermeabilização e com ventilações, que proporcionará uma secagem nas superfícies dos revestimentos argamassados, removendo os esporos. Por tanto, o mofo e bolor estão associados à existência de alto teor de umidade no componente que está sendo atacado e no meio ambiente que ele se encontra. 

Sobre o processo para correção dessa manifestação patológica, Montecielo e Edler (2016, p.3) ressalta que:

para corrigir, recomenda-se: Lavar toda área afetada com escova de aço ou pano e uma mistura de água sanitária e água potável na proporção 1:1; deixar a solução agir por aproximadamente 4 (quatro) horas; lavar com água a fim de eliminar resíduos de água sanitária; repetir a operação até a eliminação total do mofo; em áreas externas o uso do hidrojateamento é recomendado; deixar secar e repintar.

 Figura 11: Mofo e Bolor

Fonte: França, França e Freitas (2016, p.6)

METODOLOGIA

Como instrumento de orientação e suporte para o desenvolvimento do processo de pesquisa, a metodologia ajuda a construir o tema a ser discutido no trabalho, revisar, explicar, ou seja, ela ajuda a dar o caminho possível para o desenrolar da problemática a ser abordada. 

Assim, Pádua (2019) explica que a pesquisa se trata de: 

[…] pesquisa é toda atividade voltada para a solução de problemas; como atividade de busca, indagação, investigação, inquirição da realidade, é a atividade que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto de conhecimentos, que auxilie na compreensão dessa realidade e nos oriente em nossas ações (PÁDUA, 2019).

Para analisar de forma mais profunda o tema desse artigo, foi realizada uma pesquisa baseada em revisão de literatura ou também conhecida como revisão bibliográfica, onde foram utilizadas publicações científicas em periódicos e trabalhos acadêmicos, bem como documentos oficiais de órgãos e instituições nacionais e internacionais. A busca dessas referências foi realizada na base de dados do Google acadêmico.

A revisão da literatura foi realizada sobre o seguinte tema de estudo: “Principais Patologias encontradas em Revestimentos Argamassados”. Os critérios de inclusão utilizados para a seleção das publicações científicas, acadêmicas e/ou técnicas foram os trabalhos cujo os objetivos se referiam ao objeto deste estudo.

Dentro dessa pesquisa foram encontrados cerca de 35 (trinta e cinco) documentos, onde 7 (sete) foram excluídos por não tratar do assunto de forma mais detalhada, e 28 (vinte e oito) utilizados integralmente para auxiliar o processo de desenvolvimento deste artigo.

Após a seleção e leitura das publicações fez-se a compilação das informações técnicas e científicas de interesse sobre o tema proposto e depois a elaboração dos seguintes tópicos de estudo: “Argamassas”, “Patologia x Manifestação Patológica” e “Fissuras e Trincas”, “Deslocamentos”, “Vesículas”, “Eflorescências” e “Mofo e Bolor”, os quais compõem os “Resultados e discussões” desta pesquisa. Foram utilizados em média 28 documentos, entre artigos científicos, livros e normas técnicas para a elaboração dos referidos tópicos.

Na análise das publicações científicas buscou-se verificar as principais manifestações patológicas encontradas em revestimentos argamassados, analisando seus conceitos, características e possíveis causas do seu aparecimento. Além disso, conhecer as principais ações de prevenção para evitar a ocorrência dessas patologias.  

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo dados da revisão bibliográfica, referentes às manifestações patológicas, o presente artigo teve como foco quatro dessas, sendo elas: fissuras e trincas, deslocamentos, vesículas e eflorescências. Para o desenvolvimento de todo o estudo foram coletados dados de artigos, monografias, livros e normas técnicas. 

Partindo disso, pode-se notar que o objetivo de analisar e discutir sobre os tipos de manifestações patológicas que podem aparecer em revestimentos argamassados foi atingido. Verificando que a ocorrência dessas anomalias pode ser dada por diversos motivos, sendo alguns deles: má aplicação dos produtos apresentados e necessários para execução da atividade; a falta de conhecimento ou até mesmo erro por atenção na hora de armazenar os materiais; umidade relativa do ambiente que o componente se encontra; sobrecarga na estrutura; etc. 

As medidas corretivas são divergentes para cada patologia notada e acarretam diversas formas de tratamento, variando-as de pequenos reparos como reposição de argamassa local, até a necessidade da retirada total de todo revestimento, levando a um longo processo de raspagem para retirada total e a mão de obra que deverá ser paga novamente devido ao retrabalho total. O mais importante é tratar corretamente as patologias pois algumas delas ocorrem devido a infiltração, o que pode acarretar um dano na armação, e tratar uma patologia em armação é certamente mais difícil do que tratar uma infiltração. O peso do reparo de uma patologia em revestimento argamassado numa obra vai além de temporário, pois havendo a necessidade de refazer um trabalho há um atraso na entrega final da obra, como também existem danos financeiros, etc. 

Por tanto, é notório que a necessidade de aprofundamento em cada tipo de patologia é de extrema importância pois assim pode-se chegar à raiz do problema, levando a correção devidamente aplicada para eficiência da execução do projeto que está sob nossa responsabilidade. A engenharia é de grande parte solução de problemas, e cada engenheiro pode e deve assimilar o maior número de conteúdo que o torne capaz de identificar danos. Essa imensa grade de conhecimentos é que formam um profissional de qualidade, capacitado e que realmente vai exercer seu papel para com a sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente revisão bibliográfica possibilitou a compressão quanto às principais manifestações patológicas que podem ocorrer em revestimentos argamassados. Desse modo, foram identificados estudos anteriores acerca da temática para compor o desenvolvimento do artigo científico e, assim, responder ao problema de pesquisa e os objetivos gerais e específicos.  

Nesse sentido, os objetivos propostos foram devidamente alcançados, tendo em vista que foi possível constatar todo o conceito referente aos conceitos e características sobre os revestimentos argamassados, os tipos de manifestações patológicas que podem aparecer nesses revestimentos, as possíveis causas para esse aparecimento e o que fazer para tratá-las e evitá-las. 

Com isso, inicialmente foi analisado o conceito acerca do revestimento argamassado, o qual foi possível averiguar que a argamassa é um material de construção que apresentam propriedades de aderência e endurecimento, oriundos da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) e a água.

Posteriormente, para o melhor entendimento de todos, foi realizado a diferenciação entre o termo patologia e o termo manifestação patológica. Sendo possível constatar que a patologia se refere a ciência formada pelo conjunto de teorias que servem para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de uma determinada anomalia. Já a manifestação patológica é o mecanismo de degradação que ocorre devido a um conjunto de processos, os quais são classificados de acordo com seus sintomas e etapas do processo produtivo. 

Em seguida, de forma mais detalhada foi estudado as manifestações patológicas presentes em revestimentos argamassados, tendo como foco as fissuras e trincas, os deslocamentos, as vesículas e a eflorescência. Com isso, foi possível averiguar que as fissuras e trincas podem ocorrer devido a sobrecargas, movimentações higroscópicas, movimentações térmicas e alterações químicas. Os deslocamentos podem ser com empolamento, com pulverulência e de placas. 

As vesículas podem ocorrer devido a presença de materiais dispersos na argamassa, ou seja, pedras de cal, matéria orgânica, torrões de argila na areia, impurezas como pirita e torrões ferruginosos. A eflorescência, devido ao aparecimento de sais solúveis, de água e pressão hidrostática que propicia a migração da solução pelas redes de capilares. 

E por fim, porém não menos importante, o mofo e bolor, que são manifestações patológicas que aparecem e estão associados a existência de alto teor de umidade e ruim ventilação no componente que está sendo atacado e no meio ambiente que ele se encontra.

Portanto, foi possível concluir que a importância do conhecimento dessas manifestações patológicas tanto para leigos como para pessoas da área, isto pois, quaisquer que sejam as anomalias, quanto mais cedo forem detectadas, mais rápido será a recuperação, evitando assim possíveis desastres nas estruturas da construção. Além disso, ter todo esse conhecimento ajuda também na prevenção do aparecimento dessas manifestações patológicas. 

Como sugestão para futuras pesquisas indica-se a abordagem de outras manifestações patológicas em revestimentos argamassados, ou até mesmo anomalias que podem ser encontradas em concreto armado. 

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SOBRE O AUTOR:

Anderson Lima de Souza – Bacharel em Engenharia Civil, pesquisador independente.

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